Você lembra da primeira vez que andou de montanha russa? Eu não sei por que eu estou usando montanha russa como exemplo se a única vez que eu andei foi quando eu tinha uns cinco anos de idade e foi num parque improvisado na praça do centro da minha cidade. Ela era metade de algo que parecia madeira, metade ferro velho, um perigo só. Ainda mais que estávamos minha irmã, meu pai (que naquela época já pesava mais de 100kg) e eu no mesmo carrinho. Mas enfim, vamos usar você como exemplo! Depois que você desceu (do carrinho da montanha russa ou outro brinquedo radical de algum parque bem legal que você foi) e a adrenalina deu uma acalmada, não deu vontade de ir de novo e de novo e de novo e depois em brinquedos mais radicais ainda, até que o seu coração (ou o seu almoço) saísse pela boca?
Pois então, eu sou aquela (ambiciosíssima) pessoa que, depois uma primeira experiência em show internacional, já quis alçar voos mais altos. Qual era a próxima parada? Um festival, é claro! Eu estava trabalhando – muito tranquilamente – quando fui procurar alguma coisa na Internet e me deparei com a notícia de que algumas bandas haviam confirmado presença para o Festival SWU de 2010. Dentre elas, estava o nome de uma das minhas bandas favoritas de todos os tempos: Incubus. A última vez que a banda havia vindo para o Brasil até então foi no ano de 2005, época em que eu nem cogitava ir a algum show que acontecesse numa distância maior do que 7km da minha casa. Aí, aquele friozinho que a gente sente na barriga no mesmo momento em que chega aquela mensagem/chamada/email que a gente estava esperando há muito tempo… me acertou como um soco bem dado na boca do estômago.
Line Up dos três dias de festival – Palcos principais, tenda eletrônica e palco alternativo.
O coração acelerou, o ar desceu queimando até os meus pulmões e ficou por ali até que eu lembrasse de continuar respirando. Passei a mão no rosto, recobrei os sentidos e, junto com aquela alegria mais instantânea que miojo, veio aquela aflição: “Será que agora, no auge dos meus vinte anos, minha mãe vai ficar enchendo o saco pra eu desistir de ir nesse festival?”. Já mencionei por aqui que a minha mãe achava perigoso até eu ir para Porto Alegre com a escola. Mas eu já tinha vinte anos, era maior de idade, dona do meu nariz, certo? Grande coisa. Isso não interessa para uma mãe neurótica, digo, zelosa.
Eu não podia deixar essa oportunidade passar, estava decidida. Olhei para o meu colega de trabalho, que estava no computador ao lado do meu, e perguntei se ele estava a fim de ir. Sabia que ele gostava de algumas bandas do line-up e, além do mais, eu não estava indo sozinha, se é que isso serviria de consolo para a minha mãe. Este meu colega comentou que uma prima dele morava em Campinas e que certamente ela deixaria a gente se hospedar no apartamento dela. O festival aconteceria em Itu, não muito longe de Campinas. Parecia que estava dando tudo certo! Minha mãe foi pega tão de surpresa com a novidade que ela não conseguiu falar coisa alguma.
No mesmo minuto em que abriu a venda de ingressos, corri para comprar. O site de venda de ingressos estava um pouco trancado, então peguei o telefone e liguei. Não fiquei na fila de espera, logo fui atendida por uma moça muito atenciosa. Fizemos toda a transação por telefone até que… meu cartão de crédito não foi aceito. Na verdade, eu nunca havia feito compras no crédito, então eu precisava liberar o cartão para compras grandes. Corri, liguei pro banco e logo retornei a ligação para a moça simpática dos ingressos. Funcionou! Os primeiros ingressos que eu comprei foram os do terceiro dia, para garantir que eu conseguiria assistir Incubus de pertinho. Tentei comprar os outros ingressos no dia seguinte, mas não deu. A compra havia estourado o limite do meu cartão.
Corri para o banco, depositei dinheiro na conta e paguei o cartão à vista. Nossa! Quem lê isso, pensa que eu sou rica! Pagando ingresso premium pra duas pessoas, pagando à vista… Nada disso. Na verdade eu ainda era estagiária naquela época e o meu colega, que não tinha cartão de crédito, iria me pagar parcelado. O dinheiro que eu tinha era graças a um musical de Natal que eu havia participado em 2009 e guardei boa parte do dinheiro. Sim, as coisas não acontecem à toa. Eu poderia ter gasto o dinheiro com outras coisas, mas não o fiz. E todos os shows que eu quis ver, até hoje, de alguma forma ou de outra eu conseguia comprar o ingresso. O dinheiro sempre aparecia na hora certa. E, quando eu quero alguma coisa, eu canalizo todas as minhas energias nisso. E realmente acontece! Duvida? Então lê este texto AQUI. Já estava tudo combinado. Só faltava comprar as passagens de avião e o transfer, especial para o evento, que levava a galera de Campinas para Itu e trazia de volta depois dos shows.
Canalize suas energias!
Olhando o site do evento, eu vi que teria uma série de outras coisas acontecendo no evento. Como seria um festival em prol da sustentabilidade, haveria exposições de arte com materiais reciclados, cataventos gigantes feitos com garrafas PET para gerar energia e, algo que me fez brilhar os olhos quando eu fiquei sabendo: um Fórum de Sustentabilidade com convidados vindos de diversas partes do mundo. Era algo totalmente à parte dentro do evento, num salão isolado do resto do público e poucas pessoas poderiam participar. Mas eu queria participar! Logo, surgiu uma promoção que garantia passe livre para o fórum. Bastava dar uma ideia de sustentablidade e pedir para a galera votar. Mandei um recado (ou melhor, um scrap) para todos os meus amigos do Orkut com o link. Todo mundo ajudou, mas não foi o suficiente. Então deixei pra lá. Comecei a pensar que nem sempre a gente pode ter o que a gente quer… SERÁ MESMO?
Uma das exposições de arte, a Urban Trash Art, dos artistas Pado e Rodrigo Machado
Cataventos feitos com garrafas PET e vista aérea do local onde aconteceu o Fórum Global de Sustentabilidade
Umas duas semanas antes do evento, surgiu uma outra promoção que consistia em responder a seguinte pergunta: Por que eu mereço participar do Fórum Global de Sustentabilidade do SWU?. Bastava responder e marcar quais dias você queria participar. As vagas eram limitadas, mas não custava tentar, certo? Respirei fundo e me fiz a mesma pergunta. Foi quando eu fechei meus olhos e coloquei todo o meu coração na resposta. Pra saber se eu merecia ou não, só falando a verdade. Ao passo que, uma semana depois, a resposta veio por e-mail: eu merecia estar nos três dias do fórum! Pulos de alegria definiam o meu momento por, no mínimo, vinte minutos sem parar. Eu não sabia se ria ou se chorava ou se gritava. E, além do fórum, eu tinha entrada garantida para os três dias de evento! Só que eu já havia comprado ingressos. Naquela mesma noite, saí com a minha irmã para comemorar. Entre uma música e outra das apresentações do sarau daquela segunda-feira, trocava mensagens com um menino que estava muito próximo de mim naqueles tempos e de quem eu estava a fim. Eu poderia ter convidado ele para ir junto para o festival, já que agora eu tinha entradas duplas. Mas naquela altura do campeonato, já não havia mais voos disponíveis.
Detalhes de um dos palcos principais
Era chegada a hora de embarcar no avião. Eu estava tão feliz que puxava assunto com todo mundo: no aeroporto, dentro do avião, até falar sozinha eu falei. Quando pousamos no aeroporto de Viracopos, a prima do meu colega e o marido dela já estavam nos esperando. Eles nos receberam muitíssimo bem. E com pizza para o jantar! Eu estava tão feliz que não conseguia me concentrar, não conseguia parar de sorrir. E eu nem queria parar! No dia seguinte, acordei bem cedo, tomei banho e escolhi a roupa para o primeiro dia. Na mesa da sala, brownies deliciosos nos esperavam para o café da manhã. Comemos, organizamos nossas coisas o mais rápido possível e saímos logo, já que teríamos que andar algumas quadras para chegar a uma praça onde o ônibus que nos levaria para o evento estaria esperando. A melhor parte daquele trajeto de mais de duas horas, é claro, foi ter ganho um saquinho cheio de guloseimas da equipe do transfer.
Chão na base da torre de latas de cerveja da Heineken
Chegando lá, perto do meio-dia, era gente que não acabava mais. Um sol bem forte e muitas pessoas decidindo se procuravam uma sombra perto das árvores ou se garantiam um bom lugar na fila perto dos portões de entrada. Eu, como tinha que entrar logo por causa do Fórum de Sustentabilidade, contornei os portões até chegar a uma tenda onde era feito o cadastro de imprensa e de convidados do fórum. Já estava começando a me sentir parte de tudo aquilo! Era uma sensação muito boa. O legal era que 99% das pessoas estavam na mesma vibração, na mesma intenção. Acho que a natureza, o lugar, tudo isso contribuía bastante. Era um gramado verde imenso com algumas árvores espalhadas. Como a concentração maior de árvores era para o lado de fora dos portões, o local era muito atacado pelo vento. De dia, o sol era quente e queimava mais ainda quando o vento dava uma refrescada. À noite era tão frio que eu chegava a andar encolhida, com as mãos entre os joelhos. Coisa mais ridícula do mundo.
Vista aérea (de cima da roda gigante!) dos palcos principais.
Os temas abordados no Fórum de Sustentabilidade merecem um post exclusivo, senão este aqui vai ficar mais gigantesco do que já está. Os participantes do fórum, ao chegar no local, eram recebidos por uma das empresas patrocinadoras, a Nestlé. Nem preciso dizer que tinha comida de graça, né? Além de biscoitos salgados e garrafinhas de água à vontade, havia… chocolate! Barrinhas de chocolate suíço ao leite e meio amargo e bombons da caixa Especialidades que não acabavam mais! Sabe aquelas taças gigantes que a gente vê em ilustrações com umas pin-ups dançando dentro? Troca as pin-ups e a espuma por muito chocolate e você vai imaginar o que eu estou querendo dizer! E, no meio disso tudo, eu fiz uma grande descoberta. Eu descobri qual é o bombom da caixa que as pessoas menos gostam. É o Chokito. Vocês acreditam nisso? Eu simplesmente AMO Chokito e esse era o único bombom que sobrou (e em grandes quantidades) naquelas taças gigantescas. No primeiro dia, eu visitei o estande da Revista Gloss e o brinde era uma bolsinha com uma revista pocket dentro. Adivinha se no dia seguinte eu não levei a bolsinha pro fórum e não enchi de comida… Infelizmente, como em todo evento grande, a comida era carésima. Qualquer coisinha era, no mínimo, dez reais. Com o preço que as coisas estão hoje, você pode até achar que não era tão caro assim, mas há cinco anos, esse valor era algo considerado além do exorbitante para um sanduichinho.
Deixa os Chokitos pra mim então! Os chocolates suíços pareciam os dessa imagem da direita, mas a embalagem era diferente.
Então, meu colega e eu comemos MUITO chocolate e biscoito salgado naqueles três dias. Eu estava tão insanamente elétrica que um cara careca, com umas feições orientais e uma câmera com uma lente branca gigantesca que mais parecia um telescópio não parava de tirar fotos de mim. Eu nem me importei. Óbvio que eu queria saber onde iriam parar aquelas fotos (provavelmente em algum lugar com um tema do tipo “Meninas enlouquecidas com comportamentos estranhos em festivais de música, como proceder em situações como esta?”. Depois da “sessão ensandecida de fotos”, uns caras chegaram para o meu colega e disseram: “Ei, o que foi que ela usou? A gente também quer!”. Ele riu muito, mesmo, e respondeu que era apenas chocolate. É que na verdade, o que eles não sabiam até então, é que eu tinha recém assistido o show da minha banda favorita na grade e… tinha a palheta do guitarrista, o Mike Einziger, nas minhas mãos! Esses meninos eram muito legais. Eles trabalhavam em uma rádio em alguma cidade ali perto, Sorocaba, se eu não me engano. Ficaram junto com a gente até quase o final da noite e eu até ganhei de presente de um deles um cadeado trancado aberto, o que tira toda a função do cadeado, mas que eu tenho guardado até hoje junto com outras coisas do festival.
O primeiro era o meu colega de trabalho, os outros três são os meninos que a gente conheceu lá. E na frente, sou eu, louca. Não sei por que eu me abaixo pra tirar fotos se eu sempre sou menor que todo mundo…
O estande da Revista Rolling Stone era simplesmente demais! A parede era toda formada por capas da revista, só que em tons de cinza. É óbvio que eu tirei fotos na frente da parede, fingindo que eu estava na capa! Mas, dentre todas as coisas legais do evento, onde eu mais me diverti foi na roda gigante movida a bicicleta. Peraí, como assim? A roda gigante só funcionava se houvesse um pessoal para ficar pedalando na parte de baixo. É claro que as pessoas não ficavam que nem umas tontas pedalando de graça, né? Além de gerar energia para movimentar a roda gigante, o pessoal conseguia carregar o celular com a mesma pedalada!
Olha eu ali me achando a capa personificada da Rolling Stone. Na segunda foto, o pessoal pedalando. Muito.
Olha que linda essa roda gigante, gente! Óbvio que eu levei um xingão de um cara por ter ficado de pé para tirar essa foto…
O evento, por ser a sua primeira edição, tinha algumas falhas de logística. Por exemplo, um pessoal que estava no fórum, pediu o microfone que era usado para fazer perguntas e reclamou que não havia chuveiros o suficiente para que todas as pessoas que estavam no camping pudessem tomar banho, pois a maioria não funcionava e, por mais que fosse um banho rápido de cinco minutos, a fila levaria horas e horas e muita gente ia perder boa parte do festival. E estava tudo sendo transmitido para o país inteiro, o que deixou a parte da produção em polvorosa. Acredito que para a segunda edição do festival esse problema tenha sido resolvido, mas sempre acontecem esses percalços na produção de eventos deste porte.
Aaaah! Mas olha só a faceirice deste ser de pequeno porte!
Em eventos grandes acontecem coisas bem bizarras. No meio da tarde do segundo dia de festival, eu recebi uma mensagem no meu celular. E de quem era? De um ex-namorado que fazia meio ano que a gente tinha terminado. Ele também estava no festival, sabia que eu ia e me chamou para conversar. Acabei indo mais por ser curiosa pra saber o que ele tinha a dizer do que qualquer outra coisa. Afinal, havia aquele outro menino de quem eu estava a fim, que eu comentei antes. Mas, no fim das contas, acabei reatando o namoro com o meu ex. No meio dessa história toda, me perdi do meu colega de trabalho no meio daquela multidão toda. Eu estava caminhando sozinha e tentando achar o meu colega, quando eu escuto alguém gritar: “Daaani!”. Não achei que fosse para mim, mas eu sabia que conhecia aquela voz de algum lugar. Quando eu olhei para o lado, eram três outros meninos da minha cidade. E eu nem sabia que eles estavam lá. Muito louco isso ter acontecido, sério! Nossa, em todo esse texto gigantesco, eu já falei um monte de coisas e nem citei os shows e nem a tremenda sorte que eu tive no show da banda que eu mais queria ver: Incubus. Mas isso fica para um outro post. Vamos às dicas?
Se você, assim como eu, adora shows e outras experiências musicais, guarde sempre um dinheirinho para isso. Uma dica que funciona é ter tipo um cofrinho para esse tipo de despesas. Peça um vidro de conserva para a sua avó (desses que tem a tampa metálica), e faça um furo na tampa com a ajuda de um prego ou chave de fenda e um martelo. Esse furo não pode ser muito grande, e sim apenas suficiente para passar as notas de dinheiro dobradas e moedas. E se você, assim como eu, sempre que recebe de troco no supermercado alguma quantidade de moedas, acaba comprando alguma porcaria para comer, faça o seguinte: escolha uma moeda (de preferência num valor igual ou acima de R$0,25) e, sempre que você tiver uma moeda naquele valor na sua mão, ela vai para o cofre. A não ser, é claro, que você realmente precise dela. Essa é uma maneira que eu uso para tentar “me enganar”, já que eu me tornei uma péssima guardadora de dinheiro depois que eu passei dos 10 anos de idade. Alguns shows são confirmados quando a gente menos espera. Isso quando não tem dois que você quer assistir no mesmo mês! Então é bom se prevenir. Para dicas de hospedagem e transporte, leia o primeiro texto da série clicando AQUI.
A maioria dos eventos (só pra não dizer todos, mas quase todos mesmo) faz algum tipo de promoção. Fique de olho em sites de compras coletivas e, principalmente, nas redes sociais. Se nos sites de compras coletivas você consegue comprar um ingresso pela metade do preço, nas redes sociais você pode conseguir um ingresso na faixa. Sim! Sem pagar um centavo sequer! Quando começar a divulgação do show ou do festival que você quer ir, preste atenção no nome da produtora está trazendo o evento e os patrocinadores. Procure as contas dessas empresas nas redes sociais e siga todas! Ajuste as suas configurações para receber primeiro as notificações destas páginas e fique muito atento! Participe de todas as promoções, mas não se afobe. Leia as regras com muita atenção. Se houver uma promoção em que você precisa elaborar uma resposta, respire fundo e coloque o seu coração na ponta dos dedos na hora de escrever.
Onde houver comida de graça em eventos assim, coma! Se puder evitar de pagar uma fortuna por um lanche, por que não? Só evite comer demais e passar mal. O que você mais acha em eventos grandes é fast food e comidas gordurosas. Se não dá pra fugir de um hamburger, pelo menos deixe as batatas fritas para comer quando a sua mãe preparar aquele arroz com feijão que só ela sabe fazer. Comidas pesadas só atrapalham quando você precisa passar o dia inteiro ou muitas horas em um mesmo lugar, seja num festival, seja na fila de um show. Imagina ficar naquele empurra-empurra para chegar na grade com uma dorzinha de estômago desnecessária para atrapalhar? Não dá, né! Fora que nem sempre você vai conseguir chegar até o banheiro ou, se chegar, talvez ele não esteja em condições adequadas para o uso (dica principalmente para as meninas). Por isso, evite também tomar líquidos diuréticos no dia, como cerveja, chás ou o bom amigo chimarrão.
Proteja-se do sol passando bastante filtro solar, especialmente aqueles de longa duração, pra não precisar levar o frasco junto. Leve um casaquinho ou moletom para abrigar o seu corpo do vento. Eu nunca levo bolsas ou mochilas para eventos assim, então eu tenho uma jaquetinha de moletom com zíperes nos bolsos, o que me permite levar tudo o que eu preciso: identidade, ingressos, lenços de papel, dinheiro, capa de chuva, câmera fotográfica e até maquiagem pra retocar! Não esqueça de levar um saquinho de plástico enroladinho, caso chova, daí você não molha as suas coisas. Se o seu moletom não possui bolsos, a minha dica é: enrole a parte de cima, como normalmente você faz para encurtá-lo para amarrar na cintura, e coloque suas coisas dentro das mangas. O problema vai ser quando você ficar com frio! Mas daí tudo se resolve se você levar junto uma bolsinha de tecido para colocar tudo dentro. Pelo menos você vai passar a maior parte do tempo com as mãos livres e com seus pertences bem guardadinhos. Meninas, não esqueçam que vocês têm mais um compartimento para guardar coisas: o sutiã. Mas é bom lembrar que na hora de revistar na entrada, as mulheres dão um puxão de leve na parte da frente para cair o que houver ali, no caso de alguém levar drogas e tal. Por isso, não leve drogas. Melhor, não use drogas nem em show e nem fora. Coma chocolate que é mais legal!
Nunca acampei em festivais de música, mas já acampei em fila de show. Nessa ocasião, eu tinha onde tomar banho e tudo mais, mas já acampei no mato, onde não tinha. Então acho que as próximas dicas são bem válidas. Esteja preparado para que as coisas não saiam conforme o prometido. Como eu já tinha dito, erros de logística sempre acontecem em eventos grandes. Portanto, leve garrafas de água extra, mesmo que você não use tudo e tenha de deixar do lado de fora do evento. Lenços umedecidos são de extrema utilidade, seja para limpar, seja para aliviar o calor. Lenços de papel são tão importante quanto os lenços umedecidos (seja para ir no banheiro, ou só para assoar o nariz, caso você vá a um show estando com pneumonia, como eu já fiz). Um rolinho de fita microporosa cabe em qualquer lugar. Mas se você tiver apenas um espacinho em seu bolso sobrando, vale enrolar em uma tampinha de caneta ou canudinho. Um par de meias extra é muito importante, principalmente se chover ou se você suar demais o pé. Isso vai evitar que você tenha bolhas e vai te deixar mais confortável para o resto do tempo. Na farmácia, você facilmente encontra shampoo seco em frascos pequenos de spray. Eles salvam o seu cabelo quando você não tiver onde ou como lavá-lo. Elásticos para prender o cabelo também são ideais e você pode carregá-los no pulso, o que não te atrapalhará em nada. Do jeito que eu estou falando e pela quantidade de coisas dessa lista, parece que eu estou te preparando para um apocalipse zumbi! Mas são dicas de ouro! Ah, se você sofre de enxaqueca repentina, assim como eu, não esqueça de carregar um analgésico também.
Se você chegou cedo e conseguiu ficar na grade, não saia de lá! Por eu ter atendido a mensagem do meu ex-namorado, tive que assistir uns quantos shows de longe, já que nesse meio tempo o pessoal foi se aglomerando lá na frente. Mande o seu ex colher capim na beira do asfalto e não saia de onde você está. Não repita o meu erro! Eu reatei o namoro e, um mês depois, já estava de saco cheio do cara e terminei de novo. Ou seja, um ex não vale você perder de ver um show de pertinho, mesmo que seja de uma banda que você não gosta tanto assim! Muita gente chega tão cedo e fica tão inerte na grade que chega a vestir uma fralda geriátrica antes de sair de casa. Eu nunca tentei fazer isso, mas confesso que é uma ideia bem interessante. Se você está achando que eu e a galera da fralda estamos loucos, é porque você nunca esteve esperando por horas e horas na grade de um show, evitando de tomar água para não dar vontade de fazer xixi!
E você? Já foi a algum festival ou teve alguma outra aventura musical? Conta pra gente!
Beijocas!