Minha mãe diz que, quando eu era criança, eu era muito espertinha (só pra não dizer que eu era tinhosa). Ela conta que eu prestava atenção em absolutamente tudo: conseguia assistir televisão, picar papel e prestar atenção na conversa que estava acontecendo na cozinha, tudo ao mesmo tempo. O que ela chama de “picar papel”, eu chamo de “trabalhos manuais”. Aliás, a minha felicidade era uma tesoura e uma folha de papel. Uma vez eu comi meia folha pautada, mas isso não vem ao caso.
Passados alguns anos, eu me tornei obcecada com extraterrestres. Escrevia histórias, fazia desenhos e tinha até um alienígena verde de borracha “de estimação”. Quando saía com os meus pais de carro à noite, meu rosto ficava colado no vidro da janela, na expectativa de ver um OVNI. Toda vez era a mesma história e nada. Eis que…
Não, eu não vi coisa alguma e nem fui abduzida. Eis que alguns anos passaram e eu simplesmente deixei de prestar atenção nas coisas à minha volta. Até que, quando completei treze anos aconteceu toda aquela história do meu primeiro beijo (que você pode ler AQUI) e eu comecei a acreditar de verdade na sincronicidade das coisas. A combinação de vários acontecimentos que estão fora do nosso controle pra chegar em um resultado que é exatamente o que estamos querendo que aconteça. A partir daí, eu comecei a perceber melhor os sinais à minha volta.
Claro que, às vezes, tem gente que fica meio bitolada com essas coisas que nem naquele filme, “Número 23”, sabe? Se não conhece, eu vou postar o trailer logo abaixo desse parágrafo. Aí a gente começa a enxergar coisas em todos os lugares e isso também não é legal. Quando há um equilíbrio, tudo é válido. Mas a maneira com que eu vejo esses “sinais”, se dividem em duas categorias: a intuição e o incentivo. A intuição acontece quando você tem aquele sentimento que te diz para fazer ou não fazer alguma coisa. É algo que você não consegue explicar. O incentivo é quando você vê ou ouve alguma mensagem ou frase que te faz pensar mais sobre um determinado assunto e, dessa forma, cria mais tendência a agir em relação a isso.
Um exemplo de incentivo que eu usava quando era adolescente era escutar minhas músicas no modo aleatório. Quando uma música estava quase acabando, eu pensava em alguma coisa que estava me “incomodando” naquele momento e dizia, pra mim mesma, algo como “a próxima música que tocar vai me dizer o que eu devo fazer”. O mais engraçado é que normalmente funcionava! É claro que as músicas sempre dizem coisas que representam algum sentimento ou inquietude que é comum para todo mundo. Mas de qualquer forma, aquilo exercia alguma influência na maneira como eu agiria em determinada situação. E é tudo uma questão de escolha. Se você decide ou não agir, os resultados serão bem diferentes.
Outro exemplo de incentivo é o horóscopo. Eu não acredito muito, já que eu sei que o nosso calendário foi modificado conforme algumas conveniências. Quem garante que eu sou mesmo Virginiana? Pra falar a verdade, desse signo eu só herdei as partes ruins, de ser uma pessoa muito chata, que pensa demais antes de agir e pensa demais antes de pensar. Mas eu vejo o horóscopo como um incentivo que não é completamente positivo, já que às vezes a única coisa que falta é ele nos dizer pra nem levantar da cama porque o dia vai ser uma porcaria. Quem leu o finalzinho do texto que conta a minha “saga” em São Paulo (leia AQUI), tem um exemplo de uma influência positiva do horóscopo na minha vida. Parece coisa de filme: colocar fogo numa página de jornal e o único pedacinho remanescente ser uma frase de horóscopo que tinha absolutamente TUDO a ver com o que eu estava vivendo. E era tudo o que eu precisava ler naquele momento e continuo precisando todos os dias. E olha que era pro signo de Peixes, não para o meu!
Eu sou da época em que assistir vídeos significativos era assistir programas de clipe na televisão. Não tinha toda essa disseminação de conteúdo como tem hoje em dia. E acredito que era assim com todo o pessoal da minha faixa etária. Quando fala em “clipe da abelhinha”, todo mundo sabe que se trata do clipe da música “No Rain” da banda Blind Melon. Quando fala em “clipe do supermercado”, é por causa do clipe de “Fake Plastic Trees” da banda Radiohead. Naquela época, os vídeos ficavam marcados na nossa memória porque não tinha essa avalanche toda de conteúdo como tem nos dias de hoje.
Eu estou falando de clipes pra poder chegar onde eu quero chegar. Olha a virginiana dando mil e uma voltas aí gente! Um clipe me marcou bastante porque ele serviu de incentivo pra fazer uma coisa que eu estava planejando há muito tempo. Eu considerava isso um “Segredo de Estado”, nunca contei, pra ninguém! Mas eu acho válido abrir o jogo agora porque quando a causa é boa, quanto mais pessoas participando, melhor.
A ideia era incentivar a galera a fazer algo positivo, tanto para si quanto para outras pessoas. Eu escrevia bilhetinhos pequenos com mensagens curtas. Eram frases do tipo “Diga para aquela pessoa o que você está sentindo”, “Que tal ligar para aqueles amigos que você não vê há tempo?” etc. O objetivo principal era que as pessoas recebessem um incentivo para fazer aquelas coisas simples que a gente acaba deixando passar batido em função da correria do dia-a-dia. Elas acabavam descobrindo esses bilhetinhos em lugares onde elas nem imaginavam, como no meio de livros em uma livraria, no cantinho do espelho do banheiro da faculdade, entre os envelopes de depósito no banco… Essa é a primeira vez que eu estou contando isso pra alguém, porque na verdade não faz sentido contar pra todo mundo uma coisa que você faz no anonimato. Mas o meu objetivo aqui com vocês é incentivá-los a fazer algo do tipo também. Se quiserem, é claro. Mas a sensação de não ser descoberto e de ficar imaginando a reação das pessoas é algo que não dá pra descrever!
O clipe que me incentivou a colocar a minha ideia em prática foi o da música “If Today Was Your Last Day”, da banda Nickelback. Achei que era a hora de fazer alguma coisa. Vai saber se as pessoas que descobriram os papeizinhos também não estavam só esperando por algum “sinal”?
O tempo nos tira alguns momentos e não nos devolve mais. Às vezes, a última oportunidade que temos de fazer um pedido de desculpas ou até mesmo de dizer um “eu te amo” é justamente aquela oportunidade que a gente deixou passar. Por isso eu digo, para todos vocês que estão lendo este texto, que não deixem uma oportunidade importante passar e que fiquem mais atentos aos sinais que a vida dá. E claro, não esqueçam de seguir seus instintos! Isso é o mais necessário.
Eu acho que certas coisas como amor e amizade são que nem conta de celular. Se você fica ignorando que ela tá ali, uma hora o seu contato com o mundo fica comprometido, bloqueado, até que você resolva a situação. E o amor custa caro, sabe? Às vezes os juros e correções são mais altos que os do Cheque Especial no banco. MAS, como qualquer conta de celular, é sempre possível acertar tudo, mesmo que seja em atraso. Aí tudo volta à normalidade. E, caso você esteja insatisfeito com alguma coisa, é simples: apenas mude o plano. ;)
Ameeei, Dani!! Parabéns pelo texto inspirador! <3
Obrigada, Vanessa!
Fui descobrindo com o tempo o quanto é bom compartilhar com o resto do povo aquelas coisinhas pequenas que nos deixam felizes. Eu achava que ninguém iria dar bola, mas a verdade é que todo mundo carrega um pouquinho disso dentro de si.
Beijocas!