Segunda-feira de manhã. O que isso significa para você? Para a maioria das pessoas, o início da semana se apresenta com um aspecto negativo: acordar cedo nesse dia parece o fim do mundo. O mau humor impera e, se chover, tem tudo pra piorar a situação de qualquer um. Mas por quê?
Tá certo que no fim de semana podemos descansar, encontrar os amigos, namorar, ficar com a família e mais todas as outras coisas que não tempos tempo de fazer durante a semana. Eu amo o fim de semana e aposto que você também. Mas o que me intriga é o fato de que muitas pessoas simplesmente detestam o início da semana pelo mesmo motivo: ter de trabalhar. Então eu comecei a pensar mais profundamente sobre o assunto e cheguei à conclusão de que é absurdamente grande o número de pessoas insatisfeitas com o próprio trabalho.
Vejo, muitas vezes, pessoas dizendo “Graças a Deus, é sexta-feira!” e “Que saco, odeio segunda-feira!” em menos de quatro dias. Não estou querendo criticar adoradores de sextas e nem odiadores de segundas. O que eu quero propor aqui é uma breve reflexão: Você gosta do seu emprego? Existe alguma coisa que você gostaria de fazer mas não tem tempo porque trabalha demais? Você está no seu emprego pela estabilidade/segurança? Ou pior: Você continua no seu emprego SOMENTE pelo dinheiro? Se você respondeu “sim” a algumas dessas perguntas, tá na hora de se perguntar outra coisa: O que você está esperando?
A estabilidade no emprego pode ser uma ilusão. Imagine que você possui um par de botas. Você entrou na loja, escolheu, experimentou e pagou por essas botas. No começo, elas estavam boas para você. Não te deixavam sentir frio nos pés e eram bastante confortáveis. Passado não muito tempo, o seus pés cresceram e as botas estavam pequenas demais para eles. Você poderia arranjar outro par de botas, mas escolheu ficar com o par que já possuía, pois já havia pago por ele e estava com preguiça – ou medo – de procurar por outro sapato. Isso é o que acontece com o emprego que não nos serve mais. Continuar no mesmo lugar é como um sapato apertado. Você não merece gastar sua energia e nem perder o seu bom humor com isso. Mas não se sinta culpado em deixá-lo. Talvez haja alguém que esteja procurando exatamente esse emprego que você não quer mais. Sim, isso mesmo. As pessoas são diferentes e isso faz com que haja espaço para todo mundo fazer alguma coisa. Eu acho difícil de conceber a ideia de ficar oito horas do meu dia sentada em uma cadeira trabalhando (apesar de já ter feito isso). A minha prima, por exemplo, trabalha com contabilidade e adora o que faz. Não se imagina fazendo outra coisa. Tudo é uma questão da personalidade condizer com o tipo de tarefa que você executa. E que bom que é assim. De outra forma, todas as pessoas do mundo estariam se engalfinhando pela mesma vaga de emprego. Mas se você acha que para escrever os textos do blog eu fico sentada em frente ao computador esperando as ideias me atingirem como um raio de luz, se engana. Nesse exato momento, estou sentada, dentro de um ônibus em movimento, escrevendo tudo isso em um caderno. É divertido e inspirador fazer assim. Se eu esperasse para chegar em casa e escrever este texto, a analogia com o par de botas já teria sido esquecida.
No vídeo que eu citei na primeira parte deste texto (leia aqui), uma frase me chamou mais atenção do que todo o resto do vídeo: “Você pode falhar fazendo o que não quer”. Falando bem a verdade, isso cai na nossa cabeça como uma tijolada, né? As chances de dar certo – e ganhar alguma grana – na vida fazendo o que se gosta são muito maiores do que nos casos em que o salário é bom e o trabalho é uma chatice. E por quê? Se você ficar nesse emprego só pela grana, uma hora você estará mergulhado em stress e não vai haver dinheiro no mundo que possa te tirar desse poço. Com o passar do tempo, você não irá executar suas tarefas com tanta dedicação e seus resultados cairão consideravelmente.
Agora, se você estiver fazendo o que gosta, irá dedicar 150% da sua boa vontade a isso. Irá pesquisar, ler coisas que dizem respeito aos seus interesses, praticar sempre que possível. Por fim, ficar cada vez melhor no que você faz será algo natural. Se você gosta de muitas coisas, nada impede que você faça um pouco de cada coisa ou que se dedique a uma coisa de cada vez em cada fase da sua vida. Não se esqueça de que não há nada de errado em mudar de opinião, de ideia ou de rumo. E muito menos em admitir isso! A gente nunca sabe o dia de amanhã. De repente, pode ser tarde demais para se arrepender do que não fez. Mas ainda está em tempo de se dar conta disso e fazer algo a respeito.
Você pode até pensar (aliás, muita gente pensa assim, inclusive eu aqui), que é difícil fazer uma mudança drástica de uma hora para outra. E realmente é. Todos nós tempos contas a pagar e muitas pessoas têm alguém da família que dependa delas. Mas que isso não seja empecilho e nem motivo eterno para não fazer, ok? Faz um tempo que eu descobri que eu também gosto de pintura. Me arrisquei a fazer alguns cartazes num fim de semana. Não estou ganhando dinheiro com isso (ainda, né?), mas estou me divertindo sem ter que pensar em plano de carreira numa empresa.
Considere conduzir sua vida de uma forma mais leve. Problemas e contas a pagar sempre existirão. Mas todo o resto pode ser muito melhor. Se você quiser. Comece aos poucos, mesmo que seja apenas uma hora semanal de dedicação às coisas que você realmente gosta. Vá aumentando esse tempo gradativamente e não tenha vergonha de mostrar ao mundo aquilo que você produziu (não faça como eu, que mantive o blog no anonimato por tanto tempo, somente por temer a reação e opinião dos outros). Pare de ficar se sabotando a arranjando motivos para não começar. E lembre-se de que nunca é tarde para fazer o que se gosta. A hora em que isso acontecer será a hora certa.
E o que você gosta de fazer? Conta pra gente! Pode ser que você vire inspiração para um próximo post. Mande sua mensagem para contato@histeriacoletiva.com falando um pouquinho sobre você.
Beijocas.
NOTA: Este texto é a segunda parte do texto “Sobre decisões, amor, medo e a verdade em “Quem não arrisca, não petisca”. Caso você não tenha lido ainda, não se preocupe, pois eles foram escritos de forma bem independente.
PLAYLIST DO POST (Ouça também no Grooveshark):
A Lack of Color – Death Cab for Cutie
Where Are You Going? – Dave Matthews Band