O que aprendi sobre o Amor

“E ele sentiu-se extremamente infeliz. Sua flor lhe havia contado que ela era a única de sua espécie em todo o universo. E eis que havia cinco mil, todas iguais, num só jardim! […]
Depois, refletiu ainda: ‘Eu me julgava rico de possuir uma flor única, e tenho apenas uma rosa comum. Uma rosa e três vulcões que não passam do meu joelho, um dos quais extinto para sempre. Isso não faz de mim um grande príncipe…’ E, deitado na relva, ele chorou. E foi então que apareceu a raposa”

Quem conhece a maravilhosa história de O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, sabe exatamente o que acontece nessa parte, mesmo que não lembre de um detalhe sequer do resto do livro.

Muitas vezes nos sentimos como o principezinho da história: nos enganamos quando achamos que aquela pessoa que está ao nosso lado é a única rosa do universo. E, entre um jardim com cinco mil rosas e um planeta com sete bilhões de pessoas, não vemos muita diferença.

Somos levados a acreditar, às vezes de propósito, de que estamos indo pelo caminho certo, mesmo que a nossa intuição diga o contrário. Queremos que os sinais nos mostrem o que queremos ver. Dobramos papeizinhos com todas as letras do alfabeto, os jogamos em uma vasilha com água, esperando pescar aquele pedacinho de papel, quase desmanchando, que contém a primeira letra do nome da pessoa que vai cruzar o nosso caminho de uma forma especial e permanente no futuro. E a gente simplesmente acha que Santo Antônio errou no palpite, porque com aquela primeira letra não há nenhum pretendente “decente”.

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Acreditamos em coisas que não fazem sentido e duvidamos das leis da gravidade. Porém, segundo Galileu, é a resistência do ar que faz com que uma bola de canhão chegue ao chão antes de uma pluma. Ele só não possuía tecnologia suficiente pra comprovar o que disse naquela época. Hoje sabemos que ele estava certo. Quando a poeira baixa e o coração acalma, aquilo que é real e verdadeiro vai encontrando um jeito de “dar as caras”.

Depois de um tempo, quando o nosso cérebro resolve criar uma aliança com o nosso coração, percebemos que as nossas intuições estavam certas o tempo todo. Aqueles sonhos malucos não eram apenas sonhos, mas sim um “sneak peek” do futuro. Aquilo que desejávamos do fundo do coração, e que parecia impossível, vai se transformando na única realidade que conhecemos. E então nos damos conta de que vínhamos cultivando a rosa errada!

Então chega a raposa, e nos mostra o que significa se deixar cativar. No momento em que todos os astros se alinham, que os caminhos se cruzam. E você se vê de frente pra um espelho tão cristalino, só que do outro lado está uma outra pessoa que não é você. E mesmo assim você se vê nela. Em um olhar, uma risada, uma manchinha na pele. Então, como num daqueles filmes que dizem que a gente vê quando morre, um turbilhão de memórias vêm a tona pra te mostrar que você sabia o tempo todo que chegaria até ali.

Tudo parece tão certo. E está. Talvez, nesse exato momento, haja algo que não permita que uma das partes atravesse o espelho. Talvez seja uma questão de timing. Mas pra quem acredita que amores verdadeiros vêm de outras vidas, alguns meses ou anos não vão fazer a mínima diferença quando se sabe onde está e onde se quer chegar.

[quote title= Text=”“O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo…”” name=”Raposa” name_sub=””O Pequeno Príncipe – Antoine de Saint Exupéry”]

Só então realmente entendemos o que a raposa quis dizer com “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. O amor verdadeiro é o elo perfeito, uma aliança inquebrável, sem início, sem meio… e sem fim.

 

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